quinta-feira, 20 de abril de 2017

O Misterioso Sucesso de 50 Tons de Cinza

Faz algum tempo que não tenho escrito, não é mesmo? Bom se vocês soubessem a correria que anda minha vida, tendo que resolver meu problema e dos outros, saberiam que essa demora é mais que justificável. Mas não vamos nos alongar em conversas, e vamos ao assunto, ok?

Se tem uma coisa que sempre me intrigou, foi o misterioso sucesso do livro e filme 50 Tons de Cinza. Como que uma obra tão execrada se tornou sucesso absoluto de bilheteria e vendas? Existem algumas explicações, mas nenhuma me convence. A mais difundida, nos diz que o sucesso de 50 Tons de Cinza se deve ao hype e a necessidade de constatar que realmente o livro/filme é ruim. A teoria até poderia ser plausível, não fosse o fato de que se assim fosse, outros tantos livros/filmes terríveis seriam bem sucedidos.

Acredito que o sucesso de 50 Tons de Cinza e seu icônico protagonista, Christian Grey, se deva em grande parte ao público feminino. Isso porque a obra mexe com a fantasia oculta de muitas mulheres, de encontrar um homem rico, bonito e charmoso para chamar de seu, mesmo com suas excentricidades.

O desejo feminino sempre foi sufocado pelo politicamente correto. E é justamente por isso que até hoje escutamos mulheres dizendo que buscam um parceiro fiel, romântico, inteligente e divertido. Não que elas não prezem por essas qualidades, mas elas sempre foram colocadas em segundo plano nas preferências femininas.

A ditadura do politicamente correto ensina às nossas mulheres que elas devem omitir, e fazer parecer que beleza e dinheiro, esses sim, são colocados em segundo plano por elas. Por isso mesmo, vemos nas rodas intelectualoides e conversinhas de bar, um repúdio a 50 Tons de Cinza que beira o nojo, não raras vezes sendo qualificada como "literatura de terceira categoria", "expressão máxima da vulgaridade" ou "livro para tiazonas mal amadas". Entre ser mais um paladino da moral e dos bons costumes que defende o politicamente correto e ser uma pessoa sincera, a primeira opção na maioria das vezes prevalece.

Isso explica o aparente paradoxo entre as críticas ácidas e o sucesso estrondoso de 50 Tons: a mulher que acusa o livro/filme de se tratar de literatura de terceira categoria, é a mesma que compra/assiste o livro/filme.

Em suma, une-se o útil ao agradável: tem-se a chance de ler uma literatura que invariavelmente mexerá com a imaginação das mulheres, ao mesmo tempo em que pousa de boa moça perante a sociedade.

Mulheres mentem, homens mentem. Mas os números jamais mentem. O sucesso de 50 Tons de Cinza se deve ao desejo oculto da mulher, que é mascarado pelos provincialismos do politicamente correto.

Au revoir!

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